sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Outro poema

(imagem: SaMy - Olhares.com)

Outro poema

Carros passam pela rua
E pessoas pelas calçadas
A lua brilha em algum lugar atrás de nuvens.
E meninas cantam uma canção em ciranda
E mulheres teçem a teia que une as familias
As que fazem os homens sentirem-se em casa
Quando chegam dos lugares em que não estavam

E talvez tenha sido as cores da estação
Que fizeram do dia o que ele é hoje
Então o agora vai se definindo
Breve e resoluto


Como os carros pelas ruas
E as meninas e as mulheres
E a lua que brilha em algum lugar atrás de nuvens
Enquanto escrevo esse poema.
Du Santana

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Helena de Tróia ( A história de ontem e espero que não a de sempre)

(Imagem: Google)

Helena de Tróia

Não fique triste Helena
Por você os homens fizeram a guerra
Acho que existe Helena
Desculpa pra tudo o que era
No fundo no fundo a própria fraqueza
Du Santana

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Olhares Redundantes

Olhares Redundantes
Ela percebeu
Que eu percebia
Que ela fingia não perceber
Que me percebia
E ao perceber o que ocorria
Fingi não perceber
Que percebia
O que acontecia
Entre ela e eu
Mas percebi:
Ela percebeu
Du Santana

domingo, 20 de julho de 2008

Quase Parnaso




QUASE PARNASO

Poesia não é
tapioca crua
Talvez seja
vinho

Nem no eu-lírico
mando eu

Prá ficar universal
Melhor
quando impessoal

Tocará em ti
Falando de mim
Sem usar o eu


Poesia de Rosane Bezerra do Nascimento - Em algum lugar de Serra das Russas

Linhas do Trem (Lembranças)




LINHAS DO TREM (LEMBRANÇAS)

As linhas do trem
remetem à infância

Bala de leite
café pisado
casa de farinha – vixe que medo!

Bolacha de goma
no ponto de chegada

Acordar de madrugada
e andar pela estrada
clareada
por candeeiro

Correr o sítio
inteiro
Brincar de pega-pega
sem avisar
ao pega

E subir na montanha
de laranja
manchar a blusa
a cada água de coco

Aceitar?
Só se oferecer!


Poema inédito feito em Gravatá-PE, no inverno de 2008, por Rosane Bezerra do Nascimento e Rosivaldo Andrade do Nascimento

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Blues (sobre desejos) numa quinta-feira

[ foto tirada de:http://orgulho.blogs.sapo.pt/24778.html?mode=reply ]

BLUES (SOBRE DESEJOS) NUMA QUINTA-FEIRA

Que as contas desse mês
e os vestígios de domingo
não fiquem comigo
só quero o que for preciso
e viver só, é impreciso
que isso não fique comigo
que o mal não fique comigo
que o medo não fique comigo
a dor não fique comigo
e você não
você não
fique comigo
Alisson Santana

sábado, 10 de maio de 2008

Morte




MORTE

Morte?
Que morte?
Só vejo portas!

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Perguntas ao Homem Livre

PERGUNTAS AO HOMEM LIVRE
Homem livre onde está você?
Na liberdade de 7 às 17
ou livre no peso leve
de não haver horários?

Homem livre que livros você lê?
eles falam de pores-do-sol,
de um mundo melhor,
você sabe ler?

Homem livre qual foi seu sacrifício?
O que ele custou a você?
Como está o mundo agora?
você gosta do que vê?

Homem livre, livre-me de ver a mim mesmo
buscando grades para montar prisão
como os tiranos,
como os homens presos deste mundo
que pensam que são homens livres
Alisson Santana

sexta-feira, 4 de abril de 2008



ÍRIS


Quando estou em teus braços
miro teus olhos
à mirar os meus

Assisto passiva
sua inocência deitada
morta

Os sonhos já não mostram
o futuro de águas correntes
cristalinas

A realidade chegou
abrupta
e me envelheceu

Somente agora sei
que os olhos que mirava
eram os meus
refletidos nos teus

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Pequena Grandeza

PEQUENA GRANDEZA
O homem
Diante da grandeza
De toda a vida
É um ser muito frágil
O homem que não é frágil
É mulher
Autor: Alisson Santana
(Poeta Colaborador)

sábado, 29 de março de 2008

Aparência



APARÊNCIA


As pessoas são medidas

pela roupa

quando nuas

pelo sorriso

sexta-feira, 14 de março de 2008

Pólen



PÓLEN



Um pólen fértil
tão pequeno
tão protegido
inobservável aos olhos dos grandes
- que enxergam somente o grande

Tão pequeno
quanto imperceptível
sem medo
de ser transportado
por uma abelha
certeza
ser eternamente flor

Aproveita
dentro de tua pequenez
agride o mundo
- aos que não sabem amar - com teu amor

domingo, 9 de março de 2008

Barcos



BARCOS


No mar
pista de baile
da vida

Barcos
executam sua dança
em sintonia com os ventos

E a praia
espera sua chegada

domingo, 2 de março de 2008

As Pombas da Frei Canolo


AS POMBAS DA FREI CANOLO

As pombas da Frei Canolo
dão vida às tardes
que morrem

Os cajueiros de dezembro
são os campos de pouso
das pombas da Frei Canolo

As palhas dos coqueiros
e os maturis
dançam ao ritmo do vento
no ruflar das asas
das pombas da Frei Canolo

O calor das telhas de amianto
aquecem os ovos que chocam
para renovar gerações
das pombas da Frei Canolo

O direito de voar
por onde imaginar
e a decisão de ficar
é uma lição de liberdade
das pombas da Frei Canolo

O vôo do alto das árvores
o pouso na frente dos carros
desafiando o forte
com a sua fragilidade
é assim que vivem
as pombas da Frei Canolo