quarta-feira, 30 de julho de 2008

Olhares Redundantes

Olhares Redundantes
Ela percebeu
Que eu percebia
Que ela fingia não perceber
Que me percebia
E ao perceber o que ocorria
Fingi não perceber
Que percebia
O que acontecia
Entre ela e eu
Mas percebi:
Ela percebeu
Du Santana

domingo, 20 de julho de 2008

Quase Parnaso




QUASE PARNASO

Poesia não é
tapioca crua
Talvez seja
vinho

Nem no eu-lírico
mando eu

Prá ficar universal
Melhor
quando impessoal

Tocará em ti
Falando de mim
Sem usar o eu


Poesia de Rosane Bezerra do Nascimento - Em algum lugar de Serra das Russas

Linhas do Trem (Lembranças)




LINHAS DO TREM (LEMBRANÇAS)

As linhas do trem
remetem à infância

Bala de leite
café pisado
casa de farinha – vixe que medo!

Bolacha de goma
no ponto de chegada

Acordar de madrugada
e andar pela estrada
clareada
por candeeiro

Correr o sítio
inteiro
Brincar de pega-pega
sem avisar
ao pega

E subir na montanha
de laranja
manchar a blusa
a cada água de coco

Aceitar?
Só se oferecer!


Poema inédito feito em Gravatá-PE, no inverno de 2008, por Rosane Bezerra do Nascimento e Rosivaldo Andrade do Nascimento